terça-feira, 11 de março de 2008

Soldado de passo certo em batalhão de passo errado

Soldado de passo certo em batalhão de passo errado
Escrito por Eunice Soares de Lima
04-Mar-2008

Entendo que ao dizer “nem perrepista e nem liberal” no seu frevo e grito histórico de protesto contra o nome da capital, Fuba privilegiou a estética como critério de avaliação.

Da história política dos fatos de 1930 aqui na Paraíba, se você tiver isenção e não quiser perder tempo em entendê-la vai se deparar com pelo menos dez fatos incontestáveis:

1 - João Pessoa não viveu aqui;

2 - Saiu menino veio cá depois de formado em três ou quatro ocasiões como advogado, e aqui viveu menos de dois anos, da posse ao assassinato;

3 – Como uma família basta que seja lida as cartas entre seus membros disponibilizadas no Arquivo Nacional e transcritas nos livros que estão no mercado, os Pessoa não eram unidos e passaram ao largo de qualquer fraternidade que se possa desejar como exemplo numa democracia, constituindo-se em oligarquia das mais agressivas;

4 - João Pessoa brigou com todos os irmãos;

5 – João Pessoa brigou com todos os primos legítimos;

6 – João Pessoa brigou com os Presidentes dos três Estados vizinhos: Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte;

7 – João Pessoa brigou com a Igreja, quis tirar a expressão “em nome de Deus” da nossa Constituição e por causa disso, ainda hoje, nossa Arquidiocese mantêm-se dita da Paraíba, quando sempre foi referida às capitais dos Estados, caso da Arquidiocese de Olinda e Recife, Arquidiocese de Fortaleza e Arquidiocese de Natal;

8 – Padre Cícero, poderoso na época, recusou-se a qualquer ajuda pedida por João Pessoa;

9 – João Pessoa destruiu a própria base política que o tio famoso conseguiu montar aqui, como Presidente da República;

10 – João Pessoa conseguiu botar contra ele todos os fazendeiros do Estado, antes aliados de Epitácio, chamados de coronéis, alguns.

Quando viu isso foi que ocorreu a Fuba: Como é que pode?

E todos percebem que somente o clima de tirania reinante numa capital pobre, com 70% de habitantes analfabetos na época, acicatada por todos os presos soltos na cidade por meia dúzia de asseclas do clima revolucionário em andamento, podia chegar à insânia de fazer dessa figura de político, um herói de Pirro, como muito bem classificou Fernando Melo.

Francamente, isso não é astral de gente! João Pessoa certo e todo mundo errado?

Blog em favor do movimento "Paraíba capital Parahyba"
http://parahyba.blog.terra.com.br/

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